"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Dificil identificar o animal...

Nos presentes dias, tudo concorre para que a natureza humana seja degradada: aprovação de leis abortistas, facilitação do uso de drogas, imoralidade galopante, músicas frenéticas, arte delirante, e o que mais se queira. Nesse contexto social de rebaixamento humano, não poderia deixar de acontecer que seres irracionais, de natureza inferior, fossem promovidos a gozar direitos semelhantes aos dos humanos. Donde a propaganda insistente quanto aos “direitos dos animais”. Ninguém defende que os animais devam ser maltratados, pois seria uma insânia. Eles existem para o serviço do homem e devem ser tratados de modo racional. Desde tempos imemoriais os cães são considerados amigos do homem e são bem tratados por ele. O trinado melodioso de um pássaro ou o colorido de um pavão sempre foi muito apreciado. Mas procurar equiparar o animal ao homem, não engrandece o animal — incapaz de elevar-se acima de sua natureza — e degrada o homem. Seguindo essa onda, a prefeitura de Porto Alegre instituiu uma Secretaria dos Direitos Animais, aprovada pela Câmara Municipal. Noticia o site daquela prefeitura: “O prefeito José Fortunati sancionou nesta segunda-feira [25-7-11], a lei que cria a Secretaria Especial dos Direitos Animais (Seda), durante solenidade no Salão Nobre do Paço Municipal. A pasta tem como objetivo estabelecer e executar políticas públicas destinadas à saúde, proteção, defesa e bem-estar animal da cidade. [...] A prefeitura terá uma estrutura, com 14 cargos, e orçamento para trabalhar ações com mais contundência. O prefeito assumirá a responsabilidade pela pasta com o apoio voluntário da primeira-dama Regina Becker”. Diante dessa notícia, cabe aqui uma observação preliminar: somente os humanos, racionais, podem ser sujeitos de direito; nunca os animais. E o homem não deve maltratar a estes, porque tal atitude é oposta à sua racionalidade. Entretanto, chegamos ao extremo de mães que abortam seus filhos e concedem a seu cão ou gato tratamento que talvez não dariam à sua prole! A moda agora é hotel de luxo e salões de beleza para cães e gatos, incluindo perfumaria, piscinas, manicure, quitutes e gozo de férias… Acrescentem-se “casamentos” com festa e convidados! Não estamos exagerando. Em Londres, “casaram-se” Lola [uma cadela] e Mugly [um cachorro], numa aristocrática mansão toda decorada em branco, prata e rosa. “A ‘noiva’ usou vestido em organdi suíço, em camadas, sem mangas, decote canoa, com manteaux de renda prata e branco, braceletes com navetes e colar de contas de cristal. O ‘noivo’ vestiu austero colete de cetim preto, colarinhos brancos engomados, gravata papillon preta, e meia cartola. A madrinha [dona dos bichos] e convidadas ostentavam chapéus.” “A madrinha, Louise Harris, convidou 80 pessoas para a cerimônia. Ela investiu 20 mil libras, ou R$ 52,30 mil, na festa. Só o aluguel da mansão custou R$ 6.540,00, ou 2500 libras esterlinas. No coquetel, mais 3 mil libras, ou R$ 7,85 mil. Os floristas cobraram mil libras (R$ 2,6 mil). Não faltaram os seguranças, com cachê de 400 libras (R$ 1050,00). Louise Harris fez um emocionado discurso, com a noiva no colo, e comemorou brindando com champagne” (http://margaritasemcensura.com/fotos-da-semana/cachorros-casam-com-luxo ; 6-4-11). Ao colocar os bichos no nível humano, afrontam-se todas as normas, não só as leis da natureza. Como ensina Tomás de Aquino na Suma Teológica, “na hierarquia dos seres, aqueles que são imperfeitos são criados para os mais perfeitos [...] assim, os seres que têm apenas a vida, como os vegetais, existem no seu conjunto para todos os animais; e os animais existem para o homem. Eis porque, se o homem se serve das plantas para o uso dos animais, e dos animais para seu próprio uso, isto não é ilícito, como já o demonstrou Aristóteles. [...] Se a ordem divina conserva a vida dos animais e das plantas, não é para eles mesmos, mas para o homem”.

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