"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

segunda-feira, 30 de maio de 2011

A BUSCA PELA REALIZAÇÃO DOS SONHOS

Desde os tempos mais remotos conhecidos da história o homem busca alternativas para construir um mundo melhor para si, seus filhos e netos. Analisando quaisquer dos meios utilizados para isso sejam físicos, econômicos, científicos, médicos, emocionais, ideológicos ou religiosos, percebemos que a busca do homem é sempre a mesma: uma vida mais feliz. Fatos históricos como o descobrimento ou a invasão de novos territórios, saques, crimes e até guerras sempre ocorreram por motivos religiosos ou em busca de riquezas e poder. Os homens acreditavam, e muitos ainda acreditam, que mesmo ocorrendo muitas mortes para se atingir esse objetivo, quando de posse daquele território, daquela riqueza, ou imposta sua religião como a única, teriam um futuro melhor, mais abundante, pacífico e feliz. Sabendo serem mortais, Imperadores e Faraós mandavam construir seus próprios jazigos com muitos ambientes e salas onde guardavam fortunas, acreditando que em uma provável e desconhecida vida posterior à morte poderiam continuar poderosos com seus tesouros. O homem também sempre buscou prolongar sua vida, motivo pelo qual recorreu a pagés, curandeiros, magos, bruxos e aos médicos e cientistas atuais, que estão conseguindo realizar grande parte dessa ambição. Cada vez mais as doenças estão matando menos, e os remédios prorrogando o fim e diminuindo o sofrimento daqueles para quem ainda não se conseguiu a cura. Cientistas buscam incansavelmente derrotar as doenças e deficiências humanas com novos tratamentos, transplantes de órgãos, de medula óssea ou gerando novas vidas com fertilizações in-vitro, transferência de embriões e mais recentemente com clonagens. A utilização das novas tecnologias permite retardar o envelhecimento, proporcionam uma melhor qualidade de vida e certamente isso ocorrerá cada vez mais. Os pais, sabendo dos riscos e dificuldades que a vida imporá a seus filhos, mesmo que inconscientemente, adiam o quanto podem os primeiros vôos solo, sonhando com uma vida perfeita para as 'crianças'. Nada convence os amantes, simples mortais, da impossibilidade de viver sua paixão eternamente e que o máximo que conseguirão, como dizia o poeta, é "que seja eterno enquanto dure'. Ideologias políticas e muitos outros sonhos dos jovens tornam-se motivo de desilusão destes e descrédito dos políticos, que deveriam discutir leis e regimes que proporcionassem menor desigualdade e melhor qualidade de vida da população que os elegeu, mas só buscam os próprios interesses. Em muitos países do oriente médio e da África alguns líderes utilizam falsas afirmações religiosas, distorcendo textos tidos como sagrados por aquelas populações, para com isso submetê-los às suas determinações. Alguns de seus seguidores chegam a se implodir envoltos em bombas, acreditando na promessa de que essa atitude os levará a uma nova vida, nababesca e repleta de mulheres virgens à sua disposição. O poder e a religião são veículos utilizados para o que durante séculos foi e permanecerá sendo a real, eterna e única busca do homem: a realização de seus sonhos.

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A política e a prostituição

Ronald Reagan, Presidente dos Estados Unidos de 1981 a 1989, em determinada ocasião disse: "Imagina-se que a política seja a segunda profissão mais antiga do mundo. Mas creio que tem muita semelhança com a mais antiga de todas". A direção nacional do PT readmitiu no partido o Sr. Delúbio Soares, um dos 38 acusados no processo,' que tramita no Supremo Tribunal Federal, com previsão de julgamento em 2012. André Vargas, Secretário de Comunicação do Partido dos Trabalhadores, já havia declarado que "Nenhum de nós tem condição moral ou política de dizer que ele não pode militar no PT", e o novo presidente do partido, Rui Falcão declarou que "'Não existe expulsão perpétua". O Ministro Joaquim Barbosa, do Supremo Tribunal Federal, relator do processo, alertou recentemente que alguns dos envolvidos no caso do 'Mensalão do PT' não serão sequer julgados, pois prescreverá a acusação contra os mesmos antes que ocorra o julgamento, tantos são os artifícios protelatórios usados pela defesa. Contrariando a presidente Dilma Rousseff que apoiava outro nome, José Dirceu, ex-chefe da Casa Civil e hoje comandante da ala paulista do partido, realizou articulações e facilmente conseguiu eleger o novo presidente do partido até 2013, Rui Falcão, em substituição a José Eduardo Dutra que renunciou por motivo de saúde, mostrando a força que possui no partido, apesar de ser acusado, no mesmo processo, de ser o chefe e mentor do grupo. Diversos acusados de corrupção e outros crimes, que haviam sido impedidos de tomar posse pela chamada Lei da Ficha Limpa já assumiram seus cargos como deputados e senadores. Renan Calheiros, que em 2007 renunciou à presidência do Senado quando acusado de quebra do decoro parlamentar, em um processo onde era suspeito de utilizar 'laranjas' na aquisição de veículos de comunicação, agora foi eleito membro do Conselho de Ética do Senado. José Genoino, acusado de ser o avalista das operações bancários do mensalão, ressurgiu como 'Assessor Especial' do Ministro da Defesa, Nelson Jobim, como que por pura provocação aos militares brasileiros, que o prenderam quando participava da Guerrilha do Araguaia. Há alguns dias, Roberto Requião tomou o gravador de um repórter que lhe perguntou sobre seu salário como ex-governador e só o devolveu com a memória vazia. Com a repercussão sobre a agressão, alega que, como Senador da República, está sofrendo bullyng pela imprensa brasileira. Sarney, acusado de diversas irregularidades como Presidente do Senado e que declara haver reassumido o posto como um 'sacrifício', diz que a atitude do senador não foi nada mais que um simples momento de ira, e que nada significou, não se tratando de impedimento da liberdade de imprensa. No Brasil atual, a política, segunda profissão mais antiga do mundo, em sua grande maioria, só é realizada por pessoas filhas da primeira.

sábado, 21 de maio de 2011

O caseiro do Piauí e a camareira da Guiné

Nascido no Piauí, Francenildo Costa era caseiro em Brasília. Em 2006, depois de confirmar que Antonio Palocci frequentava regularmente a mansão que fingia nem conhecer, teve o sigilo bancário estuprado a mando do ministro da Fazenda. Nascida na Guiné, Nafissatou Diallo mudou-se para Nova York em 1998 e é camareira do Sofitel há três anos. Domingo passado, enquanto arrumava o apartamento em que se hospedava Dominique Strauss-Kahn, foi estuprada pelo diretor do FMI e candidato à presidência da França. Consumado o crime em Brasília, a direção da Caixa Econômica Federal absolveu liminarmente o culpado e acusou a vítima de ter-se beneficiado de um estranho depósito no valor de R$ 30 mil. Francenildo explicou que o dinheiro fora enviado pelo pai. Por duvidar da palavra do caseiro, a Polícia Federal resolveu interrogá-lo até admitir, horas mais tarde, que o que disse desde sempre era verdade. Consumado o crime em Nova York, a direção do hotel chamou a polícia, que ouviu o relato de Nafissatou. Confiantes na palavra da camareira, os agentes da lei descobriram o paradeiro do hóspede suspeito e conseguiram prendê-lo dois minutos antes da decolagem do avião que o levaria para Paris ─ e para a impunidade perpétua. Até depor na CPI dos Bingos, Francenildo, hoje com 28 anos, não sabia quem era o homem que vira várias vezes chegando de carro à “República de Ribeirão Preto”. Informado de que se tratava do ministro da Fazenda, esperou sem medo a hora de confirmar na Justiça o que dissera no Congresso. Nunca foi chamado para detalhar o que testemunhou. Na sessão do Supremo Tribunal Federal que julgou o caso, ele se ofereceu para falar. Os juízes se dispensaram de ouvi-lo. Decidiram que Palocci não mentiu e engavetaram a história. Depois da captura de Strauss, a camareira foi levada à polícia para fazer o reconhecimento formal do agressor. Só então descobriu que o estuprador é uma celebridade internacional. A irmã que a acompanhava assustou-se. Nafissatou, muçulmana de 32 anos, disse que acreditava na Justiça americana. Embora jurasse que tudo não passara de sexo consensual, o acusado foi recolhido a uma cela. Nesta quinta-feira, Francenildo completou cinco anos sem emprego fixo. Palocci completou cinco dias de silêncio: perdeu a voz no domingo, quando o país soube do milagre da multiplicação do patrimônio. Pela terceira vez em oito anos, está de volta ao noticiário político-policial. Enquanto se recupera do trauma, a camareira foi confortada por um comunicado da direção do hotel: “Estamos completamente satisfeitos com seu trabalho e seu comportamento”, diz um trecho. Nesta sexta-feira, depois de cinco noites num catre, Strauss pagou a fiança de 1 milhão de dólares para responder ao processo em prisão domiciliar. Até o julgamento, terá de usar uma tornozeleira eletrônica. Livre de complicações judiciais, Palocci elegeu-se deputado, caiu nas graças de Dilma Rousseff e há quatro meses, na chefia da Casa Civil, faz e desfaz como primeiro-ministro. Atropelado pela descoberta de que andou ganhando pilhas de dinheiro como traficante de influência, tenta manter o emprego. Talvez consiga: desde 2003, não existe pecado do lado de baixo do equador. O Brasil dos delinquentes cinco estrelas é um convite à reincidência. Enlaçado pelo braço da Justiça, Strauss renunciou à direção do FMI, sepultou o projeto presidencial e é forte candidato a uma longa temporada na gaiola. Descobriu tardiamente que, nos Estados Unidos, todos são iguais perante a lei. Não há diferenças entre o hóspede do apartamento de 3 mil dólares por dia e a imigrante africana incumbida de arrumá-lo. Altos Companheiros do PT, esse viveiro de gigolôs da miséria, recitam de meia em meia hora que o Grande Satã ianque é o retrato do triunfo dos poderosos sobre os oprimidos. Lugar de pobre que sonha com o paraíso é o Brasil que Lula inventou. Colocados lado a lado, o caseiro do Piauí e a camareira da Guiné gritam o contrário. Se tentasse fazer lá o que faz aqui, Palocci não teria ido além do primeiro item do prontuário. Se escolhesse o País do Carnaval para fazer o que fez nos Estados Unidos, Strauss só se arriscaria a ser convidado para comandar o Banco Central. O azar de Francenildo foi não ter tentado a vida em Nova York. A sorte de Nassifatou foi ter escapado de viver num Brasil que absolve o criminoso reincidente e castiga quem comete o pecado da honestidade

A pedagogia da ignorância

Ao anunciar que o Ministério da Educação (MEC) não recolherá o livro didático com erros gramaticais distribuído a 485 mil estudantes, o ministro Fernando Hadad voltou a ser protagonista de confusões administrativas. Depois das trapalhadas que cometeu na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio em 2009 e 2010, agora ele afirma que não pode interferir no conteúdo das publicações adquiridas pelo Programa Nacional do Livro Didático nem julgar o que é certo ou errado em matéria de português, cabendo-lhe apenas decidir o que é "adequado" em política pedagógica. Com isso, embora tenha por diversas vezes prometido melhorar a qualidade do ensino fundamental, Haddad, paradoxalmente, endossou a pedagogia da ignorância. Produzido por uma ONG e de autoria da professora Heloísa Ramos, o livro Por uma vida melhor defende a supremacia da linguagem oral sobre a linguagem escrita, admitindo que "é certo falar errado". Corrigir o erro é "preconceito". A tese não é nova, já foi rechaçada pela Academia Brasileira de Letras e sempre foi duramente criticada nas faculdades de pedagogia. Além disso, o livro do MEC que admite erro de português não é uma obra de linguística, mas uma publicação pedagógica. Não foi escrito para linguistas, mas para quem precisa de um bom professor de português para ler, falar e escrever de modo correto - condição básica para que se possa emancipar culturalmente. "Não tem de se fazer livros com erros. O professor pode falar na sala de aula que temos outra linguagem, a popular. Os livros servem para os alunos aprenderem o conhecimento erudito", diz a professora Míriam Paura, do Programa de Pós-Graduação em Educação da UERJ. "Uma coisa é compreender a evolução da língua, que é um organismo vivo. A outra é validar erros grosseiros. É uma atitude de concessão demagógica. É como ensinar tabuada errada. Quatro vezes três é sempre doze, seja na periferia ou no palácio", afirma o escritor Marcos Vilaça, presidente da ABL. Sem argumentos para refutar essas críticas, o MEC alegou que a aquisição do livro “Por uma vida melhor” foi aprovada por "especialistas", com base em parecer favorável de docentes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, e afirmou que o edital para a aquisição de livros didáticos enfatiza a importância de "novos tipos de reflexão sobre o funcionamento e as propriedades da linguagem em uso" e da "sistematização dos conhecimentos linguísticos correlatos mais relevantes". Isso dá a medida da falta de rigor do processo de escolha, que "desperdiça dinheiro público com material que emburrece, em vez de instruir", como diz a procuradora da República Janice Ascari. A autora do livro politizou a discussão. "No tempo em que só a elite ia para a escola, talvez a norma culta bastasse. Hoje, com o acesso da classe popular, a formação tem de ser mais ampla. Nosso livro é direcionado para aquele que pode ter sido discriminado por falar errado", disse ela. Em outras palavras, exigir a correção de linguagem é ser preconceituoso. A reação foi imediata. "É um absurdo esse paternalismo condescendente de não corrigir erros gramaticais. Com isso, consolida-se o conceito de coitadinho, pernicioso e prejudicial ao desenvolvimento dos cidadãos. Qualquer um pode cometer os barbarismos linguísticos que quiser, mas deve saber que eles só se sustentam dentro de um contexto e têm preço social", diz a escritora Ana Maria Machado, doutora em Linguística e Semiologia, integrante da ABL e ganhadora do Prêmio Hans Christian Andersen - o Nobel da literatura infantil. Como o País tem um padrão de ensino reconhecidamente baixo, o que se deveria esperar do MEC é um mínimo de responsabilidade na escolha dos livros didáticos distribuídos na rede pública. Ao impor a pedagogia da ignorância a pretexto de defender a linguagem popular, as autoridades educacionais prejudicam a formação das novas gerações. É por isso que um grupo de membros do Ministério Público, liderado pela procuradora Janice Ascari, anunciou que processará o MEC por "crime contra a educação".

Liderança - Atributo não só do diretor, do supervisor ou do coordenador

Liderar não é fazer. Liderar é fazer fazer. E, para isso, é necessário criar uma equipe, o que significa engajar, capacitar e, acima de tudo, inspirar. Sim, líderes devem inspirar pessoas, mas, à medida que a empresa cresce, essa função muda um pouco, pois não é mais suficiente inspirar quem faz. Agora é necessário inspirar quem inspira quem faz. Já se disse que a primeira responsabilidade de um líder é formar outros bons líderes. Há duas razões para justificar essa afirmação: a primeira é que o líder precisa ter a consciência de que ele não é eterno nem infalível. Cedo ou tarde, o gestor precisará ser substituído, temporária ou definitivamente. A segunda é que, desde Fayol (Henri Fayol, estudioso da teoria da administração), aprendemos que um líder não consegue liderar diretamente um grupo superior a 30 pessoas. Além desse número é preciso pensar em gestores ou chefes intermediários, capazes de replicar o comando e de manter o moral do grupo. O exército é um bom exemplo. A primeira função de um gestor é formar outros bons líderes Entre o posto de marechal e o de soldado há 20 posições hierárquicas que formam a cadeia de comando. E não há, nesse caso, nenhuma intenção corporativista para favorecer amigos ou protegidos com cargos importantes. O que há é uma cadeia de lideranças que mantém a coluna vertebral de uma organização que tem de funcionar bem. Nas organizações, em função do crescimento e da globalização, os princípios da autonomia e da delegação viraram imperativos de eficácia. E isso exige um grande esforço de capacitação e uma comunicação eficiente. Caso contrário, não há chance de se criar o necessário ambiente de confiança. Querer manter o controle sobre tudo o que acontece na companhia é o mesmo que condená-la a ficar pequena. Manter vários objetos no ar ao mesmo tempo é coisa de artista de circo. Nas organizações isso se faz em equipe, que, por definição, é um conjunto de pessoas que possuem habilidades complementares e sonham o mesmo sonho. A empresa é formada por várias equipes que obedecem à mesma lógica. Se isso for observado, não há limite para o crescimento nem para o sonho.

terça-feira, 17 de maio de 2011

Como Vencer o Choque de Civilizações

A maior vantagem do famoso modelo de Huntington é que ele descreve o mundo como ele é, não como gostaríamos que fosse. O que a polêmica em torno da mesquita planejada para perto do Marco Zero, a expulsão de missionários americanos do Marrocos, no começo deste ano, a proibição de minaretes na Suíça, ano passado, e a recente proibição das burcas na França têm em comum? Todas as quatro foram apresentadas na mídia ocidental como questões de tolerância religiosa. Mas esta não é a essência delas. Fundamentalmente, todas elas são sintomas do que o falecido cientista político Samuel Huntington chamou de “Choque de Civilizações”, e particularmente o choque entre o Islam e o Ocidente. Vale a pena resumir brevemente o argumento de Huntington para os que agora só se recordam vagamente de seu impressionante título. O constituinte essencial do mundo do pós-Guerra, escreveu ele, são sete ou oito civilizações históricas, dentre as quais a ocidental, a muçulmana e a confuciana são as mais importantes. O equilíbrio de poder entre estas civilizações, sustentou ele, está mudando. O Ocidente está declinando em termos de poder relativo, o Islam está explodindo demograficamente e as civilizações asiáticas – especialmente a China – estão em ascensão econômica. Huntington também disse que uma ordem mundial de base civilizacional está emergindo, na qual estados que compartilham afinidades culturais cooperarão uns com os outros e se agruparão entre si em torno dos estados mais avançados de sua civilização. As pretensões universalistas do Ocidente o estão cada vez mais levando a conflitos com outras civilizações, e de forma mais grave com o Islam e a China. Assim, a sobrevivência do Ocidente depende dos americanos, europeus e outros ocidentais reafirmarem sua civilização compartilhada como única – e se unirem para defendê-la dos desafios de civilizações não-ocidentais. O modelo de Huntington, especialmente depois da queda do comunismo, não foi popular. A idéia da moda foi apresentada por Francis Fukuyama em um ensaio de 1989, “O Fim da História,” no qual ele escreveu que todos os estados convergiriam para um só padrão institucional de democracia capitalista liberal e nunca iriam à guerra uns com os outros. O cenário róseo e equivalente dos neoconservadores seria um mundo “unipolar” de hegemonia americana sem rivais. De qualquer modo, nos dirigíamos para um Mundo Único. O presidente Obama, a seu modo, é um unimundialista. Em seu discurso de 2009 no Cairo, ele apelou por uma nova era de compreensão entre a América e o mundo muçulmano. Seria um mundo baseado no “respeito mútuo e ... na verdade de que a América e o Islam não são excludentes e não precisam estar em competição. Ao invés disto, deveriam convergir e compartilhar valores. “ A esperança do presidente era a de que os muçulmanos moderados aceitariam com avidez este convite para serem amigos. A minoria extremista – atores não-estatais, como a al Qaeda – seria expurgada com aviões bombardeiros não-tripulados. As coisas não aconteceram conforme o plano, é claro. E uma ilustração perfeita da futilidade desta abordagem e da superioridade do modelo de Huntington é o comportamento recente da Turquia. De acordo com a concepção do Mundo Único, a Turquia é uma ilha de moderação muçulmana em um mar de extremismo. Sucessivos presidentes americanos exortaram a EUA a aceitar a Turquia como membro com base nesta suposição. Mas a ilusão da Turquia como amiga moderada do Ocidente se estilhaçou. Há um ano, o presidente da Turquia, Recep Erdogan, parabenizou o iraniano Mahmoud Ahmadinejad por sua reeleição, depois de ele ter roubado escandalosamente no pleito. Então, a Turquia juntou forças com o Brasil para tentar diluir o esforço liderado pelos Estados Unidos para endurecer as sanções da ONU com vistas a parar o programa de armas nucleares do Irã. Por fim, a Turquia patrocinou a “flotilha humanitária”, planejada para romper o bloqueio de Israel a Gaza e dar ao Hamas uma vitória nas relações públicas. É verdade que ainda restam secularistas em Istambul que reverenciam o legado de Mustafá Kemal Ataturk, o fundador da República da Turquia. Mas eles não têm nenhum controle sobre os principais ministérios e seu poder sobre o exército está evanescendo. A conversa de hoje em Istambul é abertamente sobre uma “alternativa otomana,” que remonta ao tempo em que o sultão mandava em um império que se estendia do Norte da África ao Cáucaso. Se não se pode confiar mais em que a Turquia se inclinará para o Ocidente, em quem se pode confiar no mundo muçulmano? Todos os países árabes, exceto o Iraque – uma democracia precária criada pelos Estados Unidos – são governados por déspotas de vários matizes. E todos os grupos de oposição que têm algum apoio significativo entre as populações locais são controlados por agremiações islâmicas, como a Irmandade Muçulmana Egípcia. Na Indonésia e na Malásia, movimentos islamistas exigem a expansão da Xaria. No Egito, o tempo de Hosni Mubark se acabou. Deveriam os Estados Unidos apoiar o empossamento de seu filho? Em caso positivo, o resto do mundo muçulmano logo estará acusando a administração Obama de fazer um jogo duplo – se há eleições no Iraque, por que não no Egito? Analistas têm observado que em eleições livres e limpas, uma vitória da Irmandade Muçulmana não pode ser descartada. Argélia. Somália. Sudão. É difícil pensar em um só país predominantemente muçulmano que esteja se comportando de acordo com o roteiro do Mundo Único. A maior vantagem do modelo civilizacional de relações internacionais de Huntington é que ele reflete o mundo como ele é – não como gostaríamos que ele fosse. Ele nos permite distinguir amigos de inimigos. E nos ajuda a identificar os conflitos internos dentro de civilizações, e particularmente as rivalidades históricas entre árabes, turcos e persas pela liderança do mundo islâmico. Mas nossa política não pode ser só a de dividir e conquistar. Nós precisamos reconhecer em que medida o Islam radical é o resultado de uma ativa campanha de propaganda. De acordo com um relatório da CIA de 2003, os sauditas investiram pelo menos dois bilhões de dólares ao ano, durante um período de 30 anos, para disseminarem sua marca de fundamentalismo islâmico. A resposta ocidental, em promover nossa civilização, foi insignificante. Nossa civilização não é indestrutível: ela precisa ser defendida de forma ativa. Esta talvez tenha sido a principal intuição de Huntington. O primeiro passo rumo à vitória neste choque de civilizações é entender como o outro lado está empenhado nele – e nos livrarmos da ilusão do Mundo Único.

sábado, 14 de maio de 2011

Erosão da Liberdade

Os filósofos humanistas acreditavam que a razão humana é onipotente e ilimitada. Francis Bacon chegou a afirmar que: “a ciência e a lógica podem resolver todos os problemas e ilustrar a infinita perfectibilidade do homem”. Sob a idolatria da razão, o iluminismo relativizou os alicerces culturais da nossa civilização, privando-a dos referenciais de comportamento que regiam a própria sobrevivência social. Posteriormente, a insatisfação popular dos novos tempos abrigou-se nas ideologias fratricidas, fazendo grassar a instabilidade. E a religião foi sendo relegada, como “o ópio do povo”. Parece surpreendente, mas a transformação acelerada dos costumes sociais, que se observa no mundo moderno, não resulta de um processo espontâneo. Embora admitindo-se que a concentração urbana e a educação do povo favorecem a conscientização, é inegável que a luta pelo poder domina a motivação da maior parte dos fenômenos midiáticos de massificação. Atualmente, a dialética de formação da opinião pública virou campo de batalha revolucionário. Antes, a força das armas era o último recurso para submeter resistências a interesses vitais. Hoje, é o apelo à propaganda e à mobilização. A ideologia gramscista intenta subjugar a sociedade, forçando a sua transformação cultural. Para isso, substituiu a luta de classes da doutrina de Marx pela decantada “luta por hegemonia”. A luta pela hegemonia consiste na defesa de uma idéia minoritária contra o senso-comum tradicional, a fim de levar a maioria das pessoas a aceitá-la como politicamente correta, mudando o seu modo de pensar. O problema é que não se sabe quem define o politicamente correto; e se a idéia inoculada é válida, justa ou conveniente. O livre-arbítrio permite, por exemplo, que as pessoas homo afetivas vivam como quiserem, cabendo-lhes o respeito alheio às opções de sua preferência. Contudo, impor o seu ponto de vista ao conjunto da sociedade é um contra-senso ao aforismo aristotélico de que “o todo deve, necessariamente, ter precedência sobre as partes”. A agenda de luta por hegemonia é permanente e prolífica de temas com potencial de conflito, como: racismo, “bullying”, violência doméstica, machismo, homossexualismo, fumo e muitos outros. As técnicas mais sutis e criativas de publicidade abusam do sofisma, para convencer uma maioria descuidada. Uma análise superficial do cotidiano permite identificar a engenhosidade dessas campanhas, como podemos observar nos casos abaixo. “A responsabilidade pelo comportamento violento das pessoas cabe às armas de fogo”. Portanto, devem ser proibidas. “O que impede as pessoas de cor de ingressarem na universidade é o racismo do povo”. Portanto, deve ser corrigido pela imposição de um sistema de cotas raciais. “Os pais abusam naturalmente de seus filhos”. Logo, cabe ao Estado dotar os conselhos tutelares de uma atribuição policial. “O castigo é abominável, por deformar a personalidade da criança”. Assim, deve ser criminalizado. Aprendemos da sabedoria popular que “a ociosidade é a mãe de todos os vícios”. No entanto, hoje, “o trabalho infantil é exploração”. Logo, se uma mãe atribui à criança uma tarefa doméstica, arrisca-se a perder o pátrio poder. Reprimido artificialmente um costume natural, resta em seu lugar um vácuo de padrão, passível de ser preenchido pela sugestão do comportamento projetado, o “politicamente correto”. Após assimilado pelo povo, o novo padrão é imediatamente transformado em legislação. Dessa forma, o direito avança agressivamente sobre o campo da moral, produzindo uma sociedade “controlada”. A cada avanço, a liberdade individual fica diminuída. A sociedade, perplexa e desprotegida, assiste à progressão dos disparates. Um bandido que arrasta e dilacera o filho para roubar o carro da mãe é resguardado por lei, simplesmente, por ser menor de dezoito anos, ignorando-se o direito da coletividade à legítima defesa. Existem exemplos de que a História se repete, por falta de atenção. Duas gerações após o trauma da Revolução Francesa, Alexis de Tocqueville escreveu que o delírio dos franceses por reformas toldou-lhes a visão dos fatos, levando-os a abstraírem os valores que haviam inspirado a própria revolução. “A primeira vítima, tombada na guilhotina, foi a fraternidade. A igualdade ficou postergada para o futuro, nas trincheiras dos novos proprietários rurais. E a liberdade dissipou-se, progressivamente, no sorvedouro da massificação e da centralização administrativa”. Se o bom-senso natural for absorvido pelo turbilhão do senso comum artificial, em pouco tempo, teremos uma população de neuróticos e psicopatas. O caráter brasileiro terá perdido a irreverência espontânea e a alegria. E um povo triste é uma sociedade infeliz. Tudo isso, porém, carrega uma intenção oculta, um fim político desconhecido. A quem tem “olhos de ver” e “ouvidos de ouvir”, despertar é preciso!

Qui Abissurdu!!!

O livro de português distribuído pelo Ministério da Educação defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada. Um livro de português distribuído pelo Ministério da Educação (MEC) para quase meio milhão de alunos defende que a maneira como as pessoas usam a língua deixe de ser classificada como certa ou errada e passe a ser considerada adequada ou inadequada, dependendo da situação. Na semana em que o Jornal Nacional tem discutido os maiores problemas do Brasil na educação, os argumentos da autora do livro e as reações que provocaram estão na reportagem de Júlio Mosquéra. A defesa de que o aluno não precisa seguir algumas regras da gramática para falar de forma correta está na página 14 do livro “Por uma vida melhor”. O Ministério da Educação aprovou o livro para o ensino da língua portuguesa a jovens e adultos nas escolas públicas. Ele apresenta a frase: "Os livro ilustrado mais interessante estão emprestado", com a explicação: "Na variedade popular, basta que a palavra ‘os’ esteja no plural". "A língua portuguesa admite esta construção". A orientação aos alunos continua na página 15: "Mas eu posso falar 'os livro'?". E a resposta dos autores: "Claro que pode. Mas com uma ressalva, ‘dependendo da situação a pessoa corre o risco de ser vítima de preconceito linguístico’”. Heloísa Ramos, uma das autoras do livro, disse que a intenção é mostrar que o conceito de correto e incorreto deve ser substituído pela ideia de uso adequado e inadequado da língua. Uso que varia conforme a situação. Ela afirma que não se aprende o português culto decorando regras ou procurando o significado de palavras no dicionário. “O ensino que a gente defende e quer da língua é um ensino bastante plural, com diferentes gêneros textuais, com diferentes práticas, diferentes situações de comunicação para que essa desenvoltura linguística aconteça”, declarou ela. O Ministério da Educação informou em nota que o livro “Por uma vida melhor” foi aprovado porque estimula a formação de cidadãos capazes de usar a língua com flexibilidade. Segundo o MEC, é preciso se livrar do mito de que existe apenas uma forma certa de falar e que a escrita deve ser o espelho da fala. O Ministério da Educação disse que a escola deve propiciar aos alunos jovens e adultos um ambiente acolhedor no qual suas variedades linguísticas sejam valorizadas e respeitadas, para que os alunos tenham segurança para expressar a "sua voz". A doutora em sociolinguística Raquel Dettoni concorda que é preciso respeitar o falar popular, que não pode ser discriminado. Mas ela enfatiza que a escola tem um objetivo maior, que é ensinar a língua portuguesa que está nas gramáticas. “Se a escola negligencia em relação a este conhecimento, o aluno terá eternamente uma lacuna quando ele precisar fazer uso disso no seu desempenho social. Nós não podemos desconsiderar que a função social da escola, com relação ao ensino de língua portuguesa, é - em princípio - prioritariamente ensinar os usos de uma norma mais culta”, destacou. O Ministério da Educação informou ainda que a norma culta da língua portuguesa será sempre a exigida nas provas e avaliações.

O Estatuto do Desarmamento

Meu pai era miltar e me ensinou muitas coisas, como todo pai, e também me ensinou a atirar ,e principalmente o poder e o perigo que representava a arma na mão de uma pessoa . Sempre gostei de atirar, sempre tive talento para acertar alvos, com pistola, espingarda, arco e flecha etc.E quando fui para o Exército aprendi, verdadeiramente, que uma arma é um artefato feito unicamente para matar. Creio ser direito de qualquer ser humano defender-se de ataques de bandidos ou inimigos quaisquer. Nosso bem mais precioso é nossa própria vida, e quando ela corre perigo, o instinto de sobrevivência nos dá forças para que possamos nos defender. Portanto creio que portar uma arma para defesa é direito universal de qualquer cidadão. Porém, tem um problema ,e um problema grave e de difícil solução. No meu caso, se estiver armado e for atacado, poderei reagir e matar o bandido que me ataca, pois sei exatamente como agir. Porém, um cidadão que nunca teve treinamento de tiro, que nunca pegou numa arma de fogo, e que não está preparado mentalmente para atirar em outra pessoa, é capaz de sacar a arma pensando em intimidar o atacante e, por não ter coragem para apertar o gatilho, com certeza será dominado pelo agressor, e morrerá pelo instrumento que deveria servir à sua defesa. Sempre digo a amigos e conhecidos que vem me consultar a respeito da compra de uma arma de fogo o seguinte: Você está mentalmente preparado para atirar em uma pessoa e possivelmente tirar-lhe a vida? Você está preparado para as implicações e consequências do ato de matar outra pessoa? Normalmente não me respondem e desistem da compra . E tem um outro porém: aquele cidadão machão, que quer resolver tudo na brutalidade, e que se tivesse um arma mataria ao menos cem pessoas por dia enquanto se dirigisse ao trabalho, ou de volta para casa, pois às vezes no transito sentimos gana de matar as pessoas que nos dão fechadas, que quase batem em nosso carro, enfim, que atormentam nosso ato de dirigir. Uma arma na mão de um sujeito agressivo é extremamente perigosa, pois ele é um covarde por natureza e vai fazer xixi nas calças na frente de um criminoso, mas se aparecer um velhinho dirigindo na sua frente e não o deixar passar, com certeza o atacará com sua arma, cometendo um crime absolutamente desnecessário. Sou totalmente a favor das armas, mas nas mãos de quem tem cabeça e perícia para usá-las, caso contrário o desastre é iminente . A Suíça é o país com o menor índice mundial de roubos à mão armada, porque lá todo cidadão é obrigado a manter sua arma em casa, e uma vez por ano fazer exercícios de tiro. Um ladrão não entra na casa de um suíço de cabeça fria, porque sabe que aquele cidadão possui uma arma e sabe utilizá-la. Isso é maravilhoso. Há que se tomar muito cuidado nesta questão de desarmamento ou não, porque isso implica inclusive na mudança total do modo de viver do brasileiro. Voce com certeza conhece o famoso "decálogo de Lenin ", que em seu décimo ítem ensina que o governante deve tirar as armas da população para que no momento da instalação da "república do proletariado" o povo não possa se revoltar e criar uma resistência armada. O objetivo principal destas campanhas de desarmamento é este com certeza. Este governo comunista está se lixando para que morram crianças em escolas, mendigos nas ruas e cidadãos em suas casas. Assustando a sociedade ignorante fica fácil tirar as armas como já ocorreu a anos atrás e acabou não dando certo. Eles não vão desistir, pois não conhecem o comportamento do povo brasileiro diante de uma ameaça como uma ditadura comunista, e precisam se precaver para que tudo ocorra conforme seus planos diabólicos. É necessário um debate popular para a regulamentação do uso de armas, e , uma pressão constante da sociedade para definir normas de compra, porte e uso. Obviamente, se o governo confiscar todas as armas em mãos de cidadãos, sua reposição será rápida e fácil, pois em qualquer lugar barra pesada deste Brasil se encontra um vendedor de armas e munições disposto a negociar. Mas, o tempo não para, e precisamos resolver isso com urgência para não chorarmos depois. Quem viver verá...