"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

terça-feira, 19 de julho de 2011

Deveres Humanos

A gente nasce devendo a vida aos progenitores e mais acima à organização da inteligência universal que se convencionou denominar Deus, cuja existência (sob desconfiança de parte de cientistas e políticos, ateus e agnósticos, é sentida e abraçada pela maioria das gentes em todos os tempos, sob várias denominações e máscaras, para uma única potência infinita, eterna, cuja magnitude é imensurável para a medida das nossas mentes estreitas e viciadas). Qualquer “direito humano” perde o significado, quando refletimos sobre o dever de cuidar bem da própria vida que cada um recebeu, da responsabilidade com a preservação do constituição física que carrega a essência. Dever de preservar e respeitar todas as formas de vida natural. Dever de fazer escolhas coerentes e afirmativas. Dever de priorizar o bem comum afirmando a individualidade, mesmo nas situações em que é preciso abrir mão de comodidades e tendências, muitas vezes para atender ao poder impositivo do ambiente material. Pensando bem, esta coisa de “direitos”, opostos ao dever de cada indivíduo, vem a ser uma alucinação dos que se opõem a cumprir deveres transcendentais, dos que se rebelam contra a natureza que cada ser humano traz do berço. É moda barulhenta exigir direitos pra este ou para aquele grupo de pessoas que temem reconhecer e enfrentar suas próprias peculiaridades naturais necessitando aprovação externa da lei. Tudo acaba em imposição de preguiçosos e aéticos, contrários ao esforço pessoal necessário para viver, sobreviver, produzir e conquistar méritos, agradecendo o milagre de ser parte de um todo humano e universal em sua eternidade. Professores, padres e pastores bem poderiam inverter esta coisa de ensinar sobre direitos e começar a inquirir os menores e jovens sobre os deveres para com os pais, para com os mais velhos, para com outras crianças, para consigo mesmos diante da sociedade e a cultura nacional. Deveres diante da vida, como parte do gênero humano. No reino da criação, fomos privilegiado. Cada humano carrega suas debilidades e na interação natural “quem não tiver culpas atire a primeira pedra”. Os homens enfrentam a prepotência e a força de uns poucos contra todos não obstante as luzes disponíveis para a convivência contributiva, diferente da convivência competitiva, destrutiva e dedicada ao controle mental e material, abusivo e discricionário que gera a intolerância e o medo. Como o cachimbo entorta a boca, vamos refletir com uma analogia sobre as colméias, que existem há mais tempo que o que se tem documentado sobre as hordas humanas. A abelha rainha, a mãe da colméia é cercada de todos os cuidados e segurança pela família. Só se afasta da casa no momento de ser fertilizada, um único vôo, conhecido como “vôo nupcial”. Volta à casa com o dever de multiplicar e fortalecer seu ninho durante seus três ou pouco mais anos de vida. A população nascente vai cumprindo seu ciclo de vida praticando todas as tarefas, conhecendo todo o funcionamento de sua missão de preservar a vida polinizando a natureza vegetal, multiplicando a vida de onde retiram os alimentos: pólen, néctar, própolis e água. No inicio conhecem todas as tarefas da organização interna: limpar a casa, alimentar a rainha, armazenar os alimentos, produzir a cera para construir e vedar os pequenos silos, alimentar as larvas, guardar a entrada da casa contra predadores, revestir as paredes do ninho com a própolis que protege contra a umidade. Naturalmente preparam-se para o tempo de rigores do inverno, naturalmente implacável. Uma estratégia invejável para muitos povos e governantes que agem como as cigarras da fábula. Somente depois de adultas, voam para conhecer o mundo exterior coletando alimentos e cumprir sua missão de preservar a vida botânica da qual dependem todas as criaturas. No momento em que a rainha mostra fraqueza no exercício de seu dever de postura, é naturalmente substituída. As abelhas conhecem apenas deveres. O direito à vida, o direito de todas as formas de vida vegetal e animal, depende dos deveres que elas cumprem como missão única, persistente, dedicada e eterna. A analogia leva a pensar no que impede os humanos a agir em suas nações, em seus lares na educação dos filhos, como as abelhas agem, obedientes à natureza. O mais que o espírito e o cérebro humano aportam em comodidades, é sempre acréscimo meritório para os deveres cumpridos. Nenhum direito se pode superpor ao dever de preservar a vida em todos os seus aspectos. E os nossos governantes, ao longo da história, têm negado sistematicamente este direito aos homens, conduzindo-os pelos caminhos da auto destruição. O poder que exercem com os recursos gerados pelo trabalho das nações, se fundamenta na organização, mas tem sido deturpado pela persuasão que exercem, com a propaganda maliciosa, venal, que confunde as mentes das gentes, afastando-as dos valores essenciais, da racionalidade e da generosidade que distingue os homens dos outros animais. Nosso dever é buscar e difundir verdades afirmativas e conseqüentes.

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