"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Dever Cidadão – Complemento aos Amigos

Tenho recebido alguns comentários favoráveis às mensagem que regularmente posto aqui. Junto com estes, evidentemente, recebo também algumas críticas, de dentro e de fora dos quartéis. Fico feliz com todos, elogios e críticas! Gosto mais da crítica, porque dela tiro ensinamentos, do que da concordância dos que pensam como eu. Aperfeiçôo meu pensamento mantendo a coerência, porquanto, hoje, em reserva, meu discurso é o mesmo de quando estava na ativa. Há militares que, com todo o direito, discordam de mim e insistem em aceitar e aprovar a opção pelo afastamento institucional da vida cidadã e da formação da opinião pública, mas, obviamente, como cidadãos e eleitores, individualmente e despidos da farda, têm opinião própria e, pela formação ética e moral adquirida na caserna, unem-se em pensamento e revolta aos que abominam e condenam as mazelas e malfeitos que se tornaram a marca registrada da classe política e dirigente do País. O alienamento e o completo alijamento coletivo dos militares do sagrado e democrático direito/dever de opinar encontra, portanto, respaldo interna e externamente aos muros do quartel. Tudo explicado pelo “temor”! Uns temem o contraditório, outros o poder do prestígio histórico, não atual, dos militares. Os primeiros, devido à inação imposta pela disciplina, desacostumados ao debate, temem não ter argumentação suficiente para defender seus pontos de vista e, pior, temem, mais do que tudo, acossados pela hegemonia do pensamento, a pecha de usurpadores, truculentos, arbitrários e autoritários, entre outras adjetivações não menos injustas. Os outros temem o poder de convencimento de instituições que, por mais que tenham tentado desmoralizar, continuam sendo as mais confiáveis da Nação. Estes, fanáticos, ideológica e financeiramente interessados em dominar o pensamento e as atitudes coletivas da sociedade, intimidam-nas com o estabelecimento de um castrador e arbitrário padrão “politicamente correto” de comportamento! Seja como for, continuarei a dizer o que penso. Sou soldado por vocação e amor e entendo que, hoje, devo satisfação unicamente à minha consciência e esta me afirma que tenho o direito/dever de insistir na busca do que, mais de uma vez, sugeri a meus superiores enquanto vestia, com incontido orgulho, a farda da milícia rondoniense. O Brasil precisa e quer saber quais são as posições e as opiniões de seus soldados sobre todos os assuntos que lhes são afetos pela Constituição Federal, posições e opiniões estas que, por serem isentas de vieses políticos ou ideológicos, servirão de base sólida para que a Sociedade possa democraticamente polemizar e discuti-los, em busca do que, pela vontade esclarecida da maioria, é entendido como o melhor para os destinos da Pátria.

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