"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

domingo, 5 de fevereiro de 2012

POBRES HOMENS E MULHERES MODERNAS, SEM ARMAS,SEM PROLE E SEM CAVERNAS...

Para meditar neste fim de semana... ( Texto de P. A. Marangoni- http://pamarangoni.blogspot.com)

Guardadas as devidas proporções, o guerreiro de hoje seria o militar (em tempos de guerra) mas que não luta por si mas pelo grupo e cumpre as diretivas do Estado, que quase sempre não são as que o fazem se sentir defendendo uma causa justa como sua caverna e prole. Exposto ao combate durante muito tempo o homem moderno pode, ao se reintegrar à famigerada, artificial Sociedade, entrar em conflito com seus sentimentos naturais, não suportando mais a covardia da vida civil e suas leis castradoras que o colocam, após um período heroico, em igualdade de condições a sub-homens, rebelando-se e decidindo por abandonar tudo, inclusive a vida sem sentido. Advém suicídios, atiradores nas torres das cidades abatendo a esmo, chamados de neuróticos de guerra. Eu diria neuróticos de paz, esta chamada paz muito mais cruel e difícil de suportar que uma guerra. Aos que simplesmente se entregam a lamentos e fugas infantis encenando a neurose de guerra, eu chamaria de covardes em tempo integral, que assim seriam independente de terem participado de uma guerra. Bastaria um cão latir mais alto e já estariam com os sintomas, como sempre profundamente explicados pelos sábios psiquiatras e analistas...
Integrados na manada com seus preconceitos, a maioria dos varões tenta fugir ao serviço militar e se o faz, se apresenta como uma vítima, cheia de críticas ao sistema. Mas a origem animal guerreira sempre deixa seus vestígios e passado esta fase militar considerada como perda de tempo, o engravatado cidadão dela nunca se esquece, cria um espírito de corpo com os companheiros de quartel e acabam se relacionando pelo resto da vida, dando sem perceber um crédito maior que ao próprio tempo escolar. Porque ali estavam próximos à sua natureza, geralmente pela primeira e última vez em sua existência.
Na manada seu breve suspiro guerreiro se dilui nas normas de não reagir, não retaliar, não desobedecer e a fêmea, que muitas vezes em convívio com mães ou avós racionais e verdadeiras, sente sua vocação de moradora da caverna que espera seu homem e dele cuida em troca de segurança, pode se ver na mão de atacantes brutais, situações de fome ou abandono enquanto seu macho chora ou pede por clemência, aplaudido pelos desarmamentistas e autoridades policiais... E por experiência própria ou alheia, somadas à pressão social e o real declínio masculino, as mulheres acabam por cuidar de si próprias, descrentes dos parceiros, colocando-se em posição igual ou superior a eles, indo contra seus sentimentos ou aspirações, voltando à torrente, sem saber explicar um persistente descontentamento, uma tênue tristeza envolvente enquanto esboçam um falso sorriso vitorioso ao dizer:sou uma vencedora, estou no topo, sinto-me bem dirigindo minha vida...Depois a empresária vitoriosa vai ao analista, chora durante meia hora, paga a consulta e retorna ao grande apartamento solitário, onde se entope de pílulas para dormir, recomeçando a penosa farsa no dia seguinte.
Resta às mulheres a esperança um tanto enganadora de encontrar um homem no verdadeiro sentido, garimpando na estéril campina da sociedade ou penando no método tentativa e erro. Mesmo nascendo potencialmente macho, guerreiro e protetor - os pequenos tendem a se tornar feras quando sentem as mães ameaçadas - logo entram na perniciosa torrente e os tigres tornam-se cordeiros. O usar, o consumir de suas energias transbordantes, o impulso da testosterona que antes era feito através de aventuras sedimentadoras da masculinidade, hoje é realizado de forma eletrônica ou através de drogas, substitutos covardes dos atos viris! A emoção de um salto de paraquedas ou uma escalada é substituída por uma dose de cocaína; um desafiante combate aéreo é provido por um vídeo game...As atividades másculas que deixavam cicatrizes físicas que construíam o macho forte e protetor foram deixadas para trás e seus sucedâneos atuais deixam cicatrizes na alma, no cérebro, reduzindo o homem a uma imagem pálida do que já foi.
As mulheres,sem outra alternativa, são obrigadas a se nivelarem aos homens na manutenção da vida e como eles acabam também se dissolvendo na manada, perdendo suas qualidades para poder sobreviver. O planeta Terra tornou-se um grande celeiro de joio, onde se acham perdidos alguns grãos de trigo...

Um comentário:

  1. Senhor "professor Balbi":queira colocar o nome do autor do texto indevidamente postado bem como o blog de origem ou retirá-lo de imediato.
    Pedro Marangoni

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