"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

quarta-feira, 7 de julho de 2010

A expressão máxima de um pulha.

“Quando soube da tragédia, fui visitar a região e pela primeira vez não me contive e chorei”. O imperador Pedro II parecia emocionado e triste lembrando daqueles acontecimentos e da sensação de impotência que sentiu na época, constatando que tudo que fizesse somente ajudaria a amenizar muito pouco o sofrimento daquela boa gente. Os outros se mantiveram calados em respeito à tristeza do imperador. Após alguns instantes, alguém resolveu quebrar o silencio. “Majestade, não crê que há muita gente interessada em perpetuar a imagem do nordeste miserável para atrair verbas para a região?” (Giulio Sanmartini) O fato acima aconteceu em 1877, ano da grande seca. que atingiu o Nordeste do Brasil (1877/79) Até em Portugal arrecadaram ajuda econômica para atender os flagelados, com o dístico “Não deixe ninguém pedir esmolas no mesmo idioma de Camões”. Nesse mês de junho (24/6/2010), mudando o que deve ser mudado, a história se repete, não é mais a seca, mas o aluvião, o protagonista não é imperador, mas um vil demagogo. Este também faz que chora do alto da caçamba de uma camionete, cercado por uma multidão de pusilânimes bajuladores atolados no barro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva contemplou o lamaçal em que se transformou a Praça Paulo Paranhos e chorou. “Me emocionei. Primeiro por ver aquela situação. Depois por ver a gratidão do povo. Um cidadão que estava ali com o pé enfiado naquela lama fedida poderia estar xingando o presidente e o governador, mas, não, estavam ali agradecendo”, disse o presidente pouco depois de visitar a praça principal de Palmares (PE), uma das cidades mais atingidas pelas enchentes no Nordeste. Prometeu mundos e fundos, cancelou viagem ao exterior para supervisionar pessoalmente as providências que deveriam ser tomadas e voltou para o confortável carpete de seu gabinete, com as lágrimas de crocodilo já enxutas e sem que algo de positivo tenha sido feito. No Nordeste os flagelados chafurdam na lama, nos dejetos a procura de comida e pedindo esmolas no idioma de Camões. Mas o presidente tem ouras coisas a pensar: a Copa do Mundo e as próximas eleições. Pobre país que em nome da democracia se vê governado por um presidente acanalhado e desprezível, sem a mínima noção de ética ou decoro, sustentado por um poder Judiciário, que dá a entender conivência.

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