"Pensar que o homem nasceu sem uma história dentro de si próprio é uma doença. É absolutamente anormal, porque o homem não nasceu da noite para o dia.Nasceu num contexto histórico específico, com qualidades históricas específicas e, portanto, só é completo quando tem relações com essas coisas.Se um indivíduo cresce sem ligação com o passado, é como se tivesse nascido sem olhos nem ouvidos e tentasse perceber o mundo exterior com exatidão. É o mesmo
que mutilá-lo."Carl Jung

terça-feira, 9 de março de 2010

A Tragédia no Haiti-Algumas Considerações

A árvore acima, presenciada em Guaxupé, Minas Gerais, no começo deste ano, exemplifica as relações mundiais. Cada galho simboliza um país. E todos os galhos estão vinculados ao tronco e as raízes. O tronco e as raízes estabelecem relações entre as partes da árvore. Com tal analogia, o presente Blog chama a atenção para a corresponsabilidade dos países. Uma corresponsabilidade que, se pensada de forma ecohumanorrespeitosa, pode evitar catástrofes mundiais, como a ocorrida no Haiti. A irresponsabilidade mundial gera desastres São de lamentar as situações vivenciadas pelos povos do Haiti. No entanto, cumpre destacar alguns fatos. Os países considerados desenvolvidos gastam milhões para manter o poder e a exploração dos bens da natureza. Agem sem escrúpulos dentro dos países à margem da economia mundial. Causam desequilíbrios em todo o mundo e usam desculpas esfarrapadas. Promovem longas guerras em países menores, apenas para saquearem os elementos naturais, chamados por eles de recursos naturais. Para uma boa parte dos líderes mundiais, os países pouco desenvolvidos formam uma lixeira do mundo, um espaço onde se extrai a preço de banana as matérias-primas e, em seguida, se despeja as mazelas ecológicas e sociais. A causa de desastres ecológicos como o terremoto é a ação sem freios de países com uma predominância de comportamento egoísta, como os Estados Unidos. A Terra reage com toda a ira por causa das alterações inconsequentes sofridas nos âmbitos mineral, vegetal, animal e hominal. As nações poderosas cada vez mais criam brinquedos assassinos. Máquinas incapazes de praticar o perdão, o afeto, o respeito e a sensibilidade. Instrumentos como esses são silhuetas da mentalidade humana sem cabrestos éticos e morais. O solo está desgastado, fraco, a pedir misericórdia. E o homem cada vez mais introduz máquinas na terra, na água, no ar, no fogo. O maquinário já prevê até animais artificiais e softwares com inteligência autônoma. Nos séculos vindouros, apesar do caos ecológico em estado de emergência, principalmente nos países desprovidos do favorecimento financeiro mundial, a Ciência pode prometer até a escolha de bebês e animais artificiais, sob encomenda com os robôs das gôndolas dos hipermercados. Essas questões fazem lembrar Blade Runner: O caçador de andróides, filme do diretor Ridley Scott sobre 2019. A película é de 1982 e mostra como o mundo pode se tornar um ambiente de trevas através da ação sem limites. O homem tem por vocação de alma o ato de servir à humanidade. Não cabe ao homem ser um servo da tecnologia. A tecnologia praticada com voracidade se constrói num posicionamento de superioridade a tudo, a ponto de se contrapor a uma das funções da natureza: A conservação das condições de continuação dos seres vivos. Por outro lado, a tecnologia, quando cimentada com um propósito de ser aliada do homem, pode colaborar com a vida no Planeta. A tecnologia precisa ser praticada com uma ética capaz de colocar o bem-estar, a harmonia e a dignidade dos seres vivos acima de todas as tendências de desenvolvimento. Entre os exemplos, através do empenho na busca de cura para as doenças e de novas formas de alívio e cuidado para os sofrimentos vivenciados pelas pessoas em estado de enfermidade. É visível a prática de uma solidariedade falsa e açucarada pela maioria dos países fortes em desenvolvimento tecnológico. Isso ocorre com a finalidade de conservarem o status, a reputação, a imagem, a aparência de comprometimento com as causas sociais. No entanto, uma solidariedade construída apenas de longos discursos não pode ser vista sem atenção pelos povos do Haiti e por todo o mundo. Ora, os amantes e defensores da vida universal não podem negligenciar a culpa dos países poderosos em relação a tal catástrofe.

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